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Bovespa recua mais de 3% com turbulência no mercado global

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O principal índice de ações da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em forte queda nesta terça-feira (28), pressionado pela provável redução dos estímulos à economia dos Estados Unidos, a redução das projeções de crescimento da China e indicação de alta mais intensa dos juros no Brasil para combate à inflação.

O Ibovespa caiu 3,05%, a 110.124 pontos. Veja mais cotações.

No dia anterior, o Ibovespa encerrou o dia em alta de 0,27%, a 113.583 pontos. Com o resultado de hoje, a bolsa acumula perda de 7,29% na semana, e de 7,47% no ano.

Resumo

 

Uma conjunção de fatores explica o ambiente negativo e a queda nos mercados em todo o mundo. Em resumo, são os seguintes.

  • Sinalização de alta de juros nos EUA reduz disposição de investidores a risco e causa queda das bolsas;
  • Aversão a risco leva o dinheiro para ativos de menor risco, o que leva a uma alta dos títulos do Tesouro americano e do dólar;
  • Valorização da moeda americana retira recursos da bolsa e aumenta os preços de commodities, como o petróleo;
  • Crise da Evergrande e de energia na China diminuem as projeções de crescimento do país, o que impactaria o crescimento também de emergentes, como o Brasil;
  • Ata do Copom mostra que juros do Brasil podem ser elevados mais rapidamente pela persistência da inflação.

Cenário

Nos Estados Unidos, as bolsas de Wall Street sofrem quedas fortes com a alta nos títulos do Tesouro de 10 anos (Treasuries) nesta terça. O Fed sinalizou que vai começar a reduzir suas compras mensais de títulos já em novembro, com possibilidade de elevação de juros no ano que vem. Nesse contexto, o Dow Jones fechou em baixa de 1,63%, o Nasdaq recuou 2,83% e o S&P 500, 2,04%.

Ainda no exterior, o petróleo bateu nesta terça a máxima de três anos pelo segundo dia consecutivo, puxando as ações do setor em meio às restrições na oferta e aumento da demanda com a retomada econômica e a chegada do inverno no Hemisfério Norte.

O Brent, referência global, chegou a bater a marca de US$ 80 o barril, enquanto o WTI, referência no mercado americano, chegou perto de US$ 75 o barril.

Enquanto isso, a China enfrenta obstáculos para se desfazer do abalo causado pela Evergrande nos mercados. O banco central chinês prometeu proteger consumidores expostos ao mercado imobiliário e injetou dinheiro no sistema bancário, num sinal de que pode tomar medidas para conter os riscos de uma quebra da incorporadora.

No Brasil, prosseguem as expectativas em relação à votação do Congresso envolvendo o teto de gastos do governo. Deputados e senadores aprovaram no dia anterior um projeto que permite ao governo federal abrir espaço no orçamento para bancar o Auxílio Brasil, programa social que vai substituir o Bolsa Família.

Técnicos do Congresso criticam a proposta e afirmam ser uma forma de o governo contornar as regras fiscais ou até mesmo uma espécie de “pedalada fiscal”.

Ao mesmo tempo, os investidores domésticos também estão de olho na política monetária brasileira, após a recente elevação de 1 ponto percentual da taxa Selic.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou nesta terça-feira que os chamados “riscos fiscais”, ou seja, as dúvidas sobre as contas públicas e a falta uma estratégia clara do governo para conter a alta da dívida, continuam pressionando as estimativas de inflação no país — por meio da alta do dólar, por exemplo.

O BC avaliou que esse “risco fiscal”, por sua vez, justifica uma “política monetária mais contracionista do que a utilizada no cenário básico”, ou seja, um aumento maior dos juros em relação ao plano inicial.

Por G1

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