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TERRA TREME NA BAHIA: Abalo foi sentido em 43 cidades

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O terremoto de magnitude 4.6 na escala Richter registrado nas regiões do Vale do Jiquiriçá e no Recôncavo da Bahia foi sentido por moradores de pelo menos 43 cidades do estado, incluindo a capital, Salvador, na manhã deste domingo (30). A magnitude do abalo sísmico foi calculada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

O Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) tem dois registros de terremotos nas regiões de Amargosa e São Miguel das Matas, com magnitudes de 4.2 e 3.7 respectivamente.

De acordo com a Defesa Civil Estadual, a Prefeitura de São Miguel das Matas indicou que pelo menos 50 casas da cidade tiveram rachaduras.

Veja a lista das cidades onde moradores relataram terem sentido o abalo segundo registro feito pelo Centro de Simologia da Universidade do Estado de São Paulo. 

Ilhéus

Itabuna

Dário Meira

Itacaré

Aurelino Leal

Jequié

Maracás

Camamu

Piraí do Norte

Gandu

Teolândia

Cravolândia

Jaguaquara

Itiruçu

Presidente Tancredo Neves

Jiquiriçá

Ubaíra

Santa Inês

Mutuípe

Laje

Valença

São Miguel das Matas

Amargosa

Brejões

Santo Antônio de Jesus

Muniz Ferreira

Elisio Medrado

Nazaré

Cruz das Almas

Conceição do Almeida

Itaberaba 

Iaçu

Feira de Santana

Salvador

Ipirá

Sapeaçu

Castro Alves

Varzedo

Lauro de Freitas

Capim Grosso

Euclides da Cunha

Dom Macedo Costa

Vitória da Conquista

A Bahia inteira foi pega de surpresa na manhã deste domingo (30), após um terremoto atingir várias cidades do estado, inclusive Salvador. Pode até parecer um acontecimento isolado, mas os tremorres de terra no estado não “são tão incomuns como se pensa”, pontua o geólogo e professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Carlos Uchôa. A maioria, no entanto, é fraca demais para ser percebida.

O geólogo explica que os terremotos são causados pela liberação de energias acumuladas. É como se existissem profundas cicatrizes abaixo da terra que, de tempos em tempos, irradiam para a superfície. 

“A causa mais provável é a reativação das falhas geológicas, que acumulam tensão, ou seja, energia, que precisa, em algum momento, ser liberada. É um pequeno deslocamento de terra”, explica Uchôa.

Os tremores principais também podem ocasionar tremores secundários, numa margem de dias ou de horas. Em Salvador, onde o abalo foi mais fraco, ressalta Uchôa, pode ter ocorrido um “reflexo”. “As ondas sísmicas viajam até se arrefecer, enquanto estiver campo para viajar, mas a partir do momento que vai ficando mais distante, via perdendo força”, diz.  Por isso, não é descartado que novos abalos sísmicos sejam registrados pelos sismógrafos. 

Como o Brasil está no meio de uma placa tectônica – a Sul-americana -, os tremores são mais fracos. O maior abalo foi registrado em Mutuípe, com magnitude 4,6. Em seguida, veio Amargosa – ainda assim, são tremores considerados baixos pelos especialistas, se comparados aos que ocorrem em demais países. É possível que, neste domingo, tenha acontecido uma “enxame de sísmicos”, quando ocorre uma sequência de tremores em diferentes locais. 

No século passado, no Recôncavo Baiano, tremores e relatos parecidos foram registrados. A área é considerada uma “região sismogênica”, ou seja, mais propensa a apresentar tremores devido a falhas geológicas. Um  outro exemplo de falha geológica é a divisão geográfica da cidade de Salvador em Cidade Baixa e Cidade Alta.

“Os mais fortes abalos aconteceram há mais ou menos um século. Pode ser que sejam um intervalo secular e por isso essa sequência. Mas não estou confirmando isso, apenas levantando uma possibilidade”, explica Uchôa.

Ele reforça, no entanto, que não é preciso entrar em pânico, pois, pelas caracterísitcas geológicas, os tremores são insuficientes para causarem estragos.

Cidade de Castro Alves registrou tremor de terra (Foto: Blog Bahia10 – Leandro Alves/Divulgação)

Tremor no interior  

Os tremores ocorreram logo pela manhã, por volta das 7h30. “Foi um tremor de terra de 1 a 2 segundos, tudo na minha casa tremeu, foi um tremor rápido, mas de início foi uma sensação ruim, nós de Muniz Ferreira nunca presenciamos um tremor, ficamos preocupados. Foi relatado também de tremores em Nazaré, Santo Antônio de Jesus, Amargosa, Sapeaçu, mas ainda não sabemos a origem desse tremor”, contou o estudante Kaylan Anibal, 19 anos, ao site Blog Bahia10. em colaboração para o CORREIO. 

Em entrevista ao Blog Bahia10, o prefeito de Amargosa, Júlio Pinheiro, afirmou que sentiu o tremor na cidade logo cedo. “Sentimos um tremor em Amargosa e há relatos de que isso ocorreu na região inteira. Não sabemos ainda o que aconteceu, estamos buscando junto com a Defesa Civil do estado para ver se algum centro de sismologia registrou (…) Foi um tremor forte e durou uns três segundos, foi assustador. Não temos relatos de danos nas ruas ou nas casas, mas estamos com equipes nas ruas para verificar. Fomos informados de relatos da mesma situação em Santo Antônio de Jesus, Mutuípe, Laje, São Miguel, Elísio Medrado”, destacou. 

Morador de Amargosa, Rodrigo Matos tomava café com os familiares quando se assustou com o tremor. “Estávamos juntos, tomando café, quando tremeu. Ficamos olhando uns pros outros perguntando se todos sentiram a mesma coisa. Que sensação estranha. Na casa da vizinha as estátuas ficaram batendo umas nas outras depois do tremor”, narra.

Em São Miguel das Matas o tremor também foi intenso. O morador Jadson Penine conta que o chão chegou a tremer pelo menos três vezes. “A primeira foi 7h40, foi muito forte, balançou a casa. E agora, umas 8h15, tremeu de novo, forte. E 8h30 deu um fraquinho. Caíram produtos das prateleiras do mercado. Balançou tudo”.

Parte de solo rachado após terremoto em Mutuípe, epicentro do terremoto (Foto: Divulgação/Pref. de Mutuípe).

O tremor foi ainda mais intenso em Santo Antônio de Jesus. Morador do município, Manoel Souza, 53 anos, diz que estava deitado na cama quando sentiu o chão tremer.

“Eu pensei que era um trator, um rolo compressor passando aqui na rua. Tremeu tudo por uns 20, 30 segundos. Olhei pela janela e vi que não tinha nada na rua, foi muito estranho, tinha vizinho que saiu correndo, desesperado. Nunca passei por isso, é uma sensação muito estranha. Soube que aconteceu também em Ilhéus e Itabuna”, relata.

Nota conjunta

Em nota conjunta, o Instituto de Geociências (Igeo) da Ufba e a Sociedade Brasileira de Geologia (SBG) confirmaram e comentaram os registros e disseram estar atentos à situação. 

Por – correio24horas

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